Em 1960, Helena, Paula, Cristina e Anabela eram os nomes femininos mais "frescos" do top. Deolinda e Filomena já tinham ficado para trás, Ana e Maria eram praticamente impossíveis de destronar e Isabel, Fernanda e Teresa estavam tão enraizados entre as meninas como hoje estão Mariana, Inês e Carolina.
O quarteto manteve-se popular em 1970 - e todos estão presentes no Ranking dos Rankings dos Nomes Portugueses - mas nenhum integrava o top 10 de 1980. Hoje, apenas Helena consta do top 100 de 2012, com 179 registos, sendo, a meu ver, perfeitamente contemporâneo. Bem mais abaixo, segue-se Cristina com 29, Paula com 16 e, por fim, Anabela, com 15.
Na minha opinião, é ainda cedo para o retorno deste trio [as autoras do reputadíssimo Nameberry, regendo-se pela "Regra dos Cem Anos", apontam os nomes populares em 1920 como novas tendências para os bebés norte-americanos e por isso acho que vale a pena espreitar as listas de nomes masculinos e femininos populares em 1920 que publiquei em 2011, que já vão ao encontro de muito do que se tem publicado por aqui nos últimos tempos], mas acho que Anabela poderia beneficiar da popularidade de Gabriela e Isabela para começar a despontar. Contudo, acho que o problema seria precisamente a concorrência, que tem um som mais contemporâneo. De qualquer forma, considero Anabela um nome bastante delicado e feminino e, ainda que seja datado, continuo a achá-lo bonito.
A origem de Anabela é discutível: uns apontam-no como a simples aglutinação de Ana e Bela, enquanto outros pensam tratar-se de uma versão de Amabel que também originou Amável e Mabília [que são admitidos em Portugal, tal como Anabel]. Pode ser que a Sol, do blog Onomástica Portuguesa, nos possa esclarecer!